ECT amplia ataques à categoria com suspensão de férias

Notícia publicada dia 21/03/2017 21:58

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Direção da empresa quer criar clima de terror para desmobilizar a categoria, mas só vai conseguir empurrá-la mais rápido para a greve geral!

 

O anúncio da empresa, publicada no “Primeira Hora”, de que suspendeu a concessão de férias aos trabalhadores de maio de 2017 a abril de 2018, é uma dessas notícias plantadas só para criar fatos que reforcem seus argumentos nada convincentes de que está no vermelho, não tem dinheiro, etc.

Ela não precisava fazer isso, mesmo se tivesse problema de caixa de verdade. As férias terão de ser pagas de qualquer jeito, pois a lei obriga, e não envolvem tanto dinheiro assim para uma empresa do tamanho da ECT.

É lógico que essa medida só visa a criar pânico.

A direção da ECT continua tentando convencer a categoria de que está “na UTI, respirando por aparelhos,” e por isso os trabalhadores devem aceitar a imposição de mensalidade no convênio médico, ou então pode haver intervenção da ANS e o plano pode acabar e blá, blá blá.

Foi para isso que ela suspendeu as férias.

Essa atitude arbitrária e demagógica só amplia os ataques que ela já desfere conta a categoria. Ela se soma à ameaça de impor mensalidade no convênio médico, e portanto jogar os custos nas costas dos trabalhadores e, na prática, acabar com esse benefício conquistado com muita luta.

Soma também ao excesso de serviço, causado pela falta de funcionários e piorado pelo DDA, OAI, SDs maquiados e fechamento de agências.

É essa a receita do governo Temer.

Quer desregulamentar o trabalho, acabar com a legislação que protege o trabalhador, acabar com a previdência pública e acabar com as estatais, privatizar tudo. É um governo que está agindo para favorecer ao máximo as empresas e empresários nacionais e, principalmente, estrangeiros.

E seus paus mandados de Temer na direção da ECT e no Ministério das Comunicações querem mostrar serviço, fazer direito o trabalho sujo, acabando com direitos dos trabalhadores dos Correios, reduzindo os custos com mão de obra, deixando a empresa enxuta e rentável para privatizar, mas desde já reduzindo seu alcance para abrir espaço para as multinacionais do setor postal, como DHL, FEDEX e UPS.

A categoria já mostrou sua posição no dia 15 de março. Foi à greve em peso contra a reforma da previdência e contra o DDA, o OAI, o fechamento das agências e a mensalidade no convênio médico. Com essa nova medida, a direção da empresa só acelera o descontentamento e empurra a categoria para uma greve geral, que em breve será discutida em assembleia a ser convocada pelo Sindicato!

FINDECT pede fim da medida

A FINDECT, representando os Sindicatos filiados, Bauru, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão, protocolou ofício, na terça-feira (21/03), pedindo a suspensão imediata da medida e o agendamento de reunião para tratar do assunto.

No rol de argumentos, a direção da Federação destacou que “entende que, diante do excesso de trabalho nas unidades e falta de Trabalhadores em todo o país (sem projeção de novos concursos), a suspensão das férias são um ataque aos direitos dos Trabalhadores”. Disse também que “os Trabalhadores e Trabalhadoras não podem continuar pagando a conta da má-gestão que atingiu e continua a atingir a Empresa. A crise, defendida pelo atual presidente da ECT, se existir de fato não é de responsabilidade dos Ecetistas, mas das castas políticas que administraram e continuam a administrar os Correios”. E finalizou com a afirmação de que “caso a empresa não revogue a decisão, a FINDECT e seus sindicatos filiados não descartam uma greve por tempo indeterminado por conta de tal decisão tomada unilateralmente”.

Somente a mobilização nacional para barrar todos os retrocessos, impostos pelo governo e pela direção da ECT, aos direitos e benefícios historicamente conquistados através da luta ecetista.  Todos na luta!
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