Trabalhadores precisam impedir os ataques do governo Temer

Notícia publicada dia 30/10/2016 18:57

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O que quer este governo e quem ele representa? Ele afirma querer recuperar a economia brasileira, mas para isso só anuncia medidas que tiram direitos dos trabalhadores; quem vai ganhar com isso?

destaque_sintect_sp_temer_perda_retirada_de_direitos_trabalhadores_30_10_2016Que a situação econômica do país precisa melhorar, todos concordam. O governo Temer diz querer isso. A grande imprensa ajuda, defendendo as medidas que ele anuncia como corretas. Mas você já reparou que todas tiram algo dos trabalhadores e do povo pobre e humilde?

Será que o país está patinando porque nós, trabalhadores, temos direitos demais, reclamamos demais, fazemos greve demais, aposentamos cedo demais, temos serviços públicos que custam muito para o governo? Somos nós o problema, e para resolvê-lo temos que ficar mais pobres e com menos direitos?

Será que o conglomerado de bancos, empresas, gigantes da mídia e demais detentores de grande poder econômico, chamados de “mercado”, estão sendo prejudicados por nós, trabalhadores, que temos direitos demais? Será que eles são os mocinhos, que querem um país melhor, o bem comum, riqueza para todos, e nós somos os bandidos que acabamos com tudo porque temos direitos demais?

É nisso que querem que acreditemos. É isso que propagandeiam todo dia na TV, rádios, jornais e portais na internet. E infelizmente muito trabalhador cai nessa.

Temer representa o mercado

Vamos aos fatos. O que temer está aplicando é a receita do mercado, ou seja, dos bancos, empresas em geral, entre elas os grupos de comunicação, como a Globo, e do capital internacional.

Todas as medidas anunciadas visam a:

1) Reduzir os gastos do governo, que dizem estar muito alto, e isso seria um dos causadores da crise econômica. Mas reduzir como? Vejamos:

  • Reforma da previdência:o governo quer aumentar a idade mínima para a aposentadoria para 65 anos, com 35 anos de contribuição, para homens e mulheres, e ir aumentando isso ano a ano. Quer desvincular o reajuste do benefício do salário mínimo, e assim arrochar cada vez mais os valores. Quer fazer os aposentados voltarem a pagar a previdência. Tudo isso porque, dizem eles, a previdência gasta mais do que arrecada. Inúmeros estudos comprovaram que isso é mentira, a previdência tem superávit e o governo desvia o dinheiro para outros interesses dele próprio.
  • PEC 241:Aprovada na Câmara dos Deputados, agora está no Senado. Ela impõe um teto aos gastos do governo, impedindo que cresçam, a cada ano, acima da inflação do ano anterior, e isso por 20 anos. É um congelamento que desconsidera o aumento populacional, inclusive de idosos, e a ampliação do atendimento que ele exige. Saúde, educação serão os mais prejudicados com a redução de verbas. Mas todos os setores sociais serão atingidos. Concursos públicos e investimentos em estatais acabarão. Isso impacta diretamente os Correios. Há anos não há concurso, faltam funcionários e a empresa precisa de investimento para se recuperar dos estragos causados pelas sucessivas más gestões.

Obs. 1: quanto menos o governo investe nos serviços públicos, mais o povo trabalhador paga por esses serviços na rede privada. É isso que o governo quer: privatização de tudo no país e o chamado estado mínimo.

Obs. 2: A taxa de juros no Brasil é a maior do mundo. Ela é principal culpada pelos altos gastos do governo. A maior parte da arrecadação governamental vai para pagar juros aos bancos, dos quais o governo pega dinheiro emprestado, mesmo quando não precisa. E também para os empresários que, em vez de investir na produção, compram títulos do governo para ter lucro certo. É um sistema montado para favorecer economicamente bancos e empresas.

2)  Aumentar os lucros das empresas: Para isso o governo anunciou:

  • Reforma trabalhista: significa mudar a CLT, tirando da lei diretos históricos dos trabalhadores. Para fazer isso o governo quer que o “negociado valha mais que o legislado”. Ou seja, as negociações coletivas entre patrões e empregados, em Campanhas Salariais, poderiam aprovar itens abaixo da lei, o que hoje é proibido. Imagine o estrago que isso causaria. E para piorar, o STF passou a ajudar o governo e derrubou a Súmula 277 do TST, que garantia a manutenção dos direitos previstas nos Acordos Coletivos até que um novo fosse assinado. Agora, quando acabar a validade do acordo o trabalhador fica na mão das empresas, que podem enrolar e usar vários mecanismos de pressão para reduzir direitos. O STF também está quer ajudar a reduzir o direito de greve.
  • Terceirização total: a outra perna dessa reforma é permitir a terceirização total, hoje adotada de forma parcial, o que permite às empresas baratear ainda mais os custos com mão de obra terceirizando até a chamada “atividade-fim”.

Governo do capital

Está claro que o governo Temer representa os interesses das corporações, ou seja, dos bancos e grupos empresariais. À mídia cabe o serviço sujo de fazer os trabalhadores acreditarem que as medidas anunciadas pelo governo são as únicas possíveis para mudar a situação do país.

Tais medidas são apenas a receita dos grupos que o governo representa para aumentar seus lucros, às custas do aumento da pobreza da população trabalhadora. Essa receita se chama neoliberalismo. É a face do capitalismo na atualidade. Ela leva os ricos a ficarem cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres, com menos diretos e tendo que pagar por tudo, devido à privatização dos serviços que o estado deixa de prestar com a redução de gastos.

Entendeu?

Trabalhadores precisam reagir e resistir

Essa resistência passa por unir a classe trabalhadora em lutas cada vez mais forte e gerais, para barrar as iniciativas do governo e impedir a retirada de direitos trabalhistas, cortes nos serviços públicos e a privatização dos mesmos.

O SINTECT/SP e FINDECT chama a categoria a estar atenta aos chamados e participar das lutas, tanto das específicas, no âmbito da empresa, quanto da mobilização da classe trabalhadora coordenada pela CTB e demais Centrais Sindicais!
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