Correios tentam esconder aumento dos gastos com indenizações por atraso e extravio de correspondências

Notícia publicada dia 15/12/2017 19:02

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“O problema é o sucateamento da empresa promovida pelo governo Temer e seu representante na presidência da ECT, que não investem em segurança e em vez de aumentar, diminuem o número de funcionários!”

A direção da ECT pediu sigilo para informações levantadas pela Controladoria-Geral da União que mostram elevação no gasto de R$ 60 milhões em 2011 para R$ 201,7 milhões em 2016, com pagamento de indenizações a clientes por atrasos, extravios, avarias e roubos de correspondências.
O Portal G1 publicou o que segue:

O prejuízo dos Correios com o pagamento de indenizações a clientes – por atrasos, extravios, avarias e roubos de correspondências e encomendas – triplicou entre 2011 e 2016, informa relatório produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU). Os valores se referem 954 mil indenizações em 2011 e a 10,06 milhões de indenizações em 2016 (nove vezes mais). A CGU qualificou a alta no pagamento de indenizações como “vertiginosa” e apontou o problema como um dos “fatores que impactam a atual situação econômica financeira” da empresa. Parte das informações do relatório, consideradas estratégicas pelos Correios, foram colocadas em sigilo pela CGU, a pedido da empresa, depois de o documento ter se tornado público neste mês. De acordo com os Correios, a exposição das informações poderia prejudicar a competitividade dos Correios e gerar riscos ou ameaças à empresa.”

Por que a empresa quer esconder o aumento dos roubos, atrasos e extravios? Porque ela quer esconder a verdade. Vamos a ela!

Estão acabando com a qualidade dos Correios para justificar a privatização!

A privatização das estatais e serviços públicos é política dos empresários. Eles querem acabar com o estado e transformar todos os serviços estatais e até a seguridade e a proteção social em serviços pagos pela população.

Além de pagar os impostos, que só aumentam, o povo trabalhador passa a pagar por tudo (educação, saúde, comunicação, telefonia, transporte, etc.) e os empresários ganham novas fontes de lucro. Esse processo se aprofundou a partir de 1980, com o neoliberalismo.

É essa política dos empresários que Temer encaminha no Brasil e Guilherme Campos nos Correios. Eles querem vender os Correios para favorecer as multinacionais do setor e outros grupos empresariais, que passarão a lucrar com o serviço postal brasileiro. O povo perde muito, pois a universalização do atendimento acaba, os preços aumentam e as regiões pobres ficam sem atendimento.

A falta de investimentos serve para encaminhar essa política. A empresa não contrata empregados e ainda demite com os PDIs, e não investe em equipamentos. A falta de pessoal gera atrasos nas entregas e as más condições de trabalho geram avarias.

A ECT diz que o número de funcionários subiu apenas 0,43% entre 2011 e 2016, mas o custo total com os empregados cresceu 62,61% no mesmo período. E insiste em dizer que os chamados benefícios pós-emprego, que incluem a previdência complementar e o plano de saúde dos empregados, mais que triplicaram no mesmo período, crescendo de R$ 118,6 milhões em 2011 para R$ 410,36 milhões em 2016.

Isso é só desculpa para justificar sua política. A empresa mudou a forma de contabilizar o pós-emprego justamente para produzir um falso déficit financeiro. E ainda perdeu sua capacidade de investimento ao repassar mais de R$ 6 bilhões de seu caixa para o governo federal entre 2011 e 2013, além do que determina a lei. Quanto à previdência e ao plano de saúde, a corrupção e a má gestão estão por trás dos problemas.

Dizer que os trabalhadores são os vilões do país virou moda. É o que os governos e empresas usam para justificar roubos de direitos e privatizações. É o que fazem nos Correios também.

Segurança é problema da empresa

Os assaltos só aumentam, os trabalhadores sofrem cada dia mais violências nas ruas e adoecem, as indenizações por roubo disparam, e o que empresa faz? Nada.

Veja o que ela disse ao G1: “Para diminuir os eventos que geram indenizações por motivo de extravio, os Correios têm adotado diversas medidas internas. Entretanto, no que se refere aos roubos, essa é uma questão que foge ao controle da empresa, uma vez que trata-se de um problema de segurança pública”.

Clique aqui e assista a matéria completa do G1

A Diretoria do SINTECT-SP conversou com o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, em audiência exclusiva, e com o comando da PM. Eles foram categóricos ao afirmar que uma empresa tem que garantir a segurança para executar seu trabalho. Polícia não oferece serviço de vigilância, escolta nem segurança particular. Como ela faria isso para todas as empresas que sofrem com assaltos?

Está claro que os Correios ficam insistindo nessa desculpa esfarrapada para continuar não fazendo nada. Sabe por que? Primeiro porque não estão nem ai para a segurança, a saúde física e mental e a vida do trabalhador. Segundo porque não querem acabar com os assaltos. Eles servem para jogar a qualidade e a credibilidade da empresa no lixo, e isso ajuda a justificar a privatização que o governo e direção da empresa querem!

Nossa resposta é a luta!

A direção privatista e entreguista dos Correios não vai mudar seu discurso e sua política se os trabalhadores não a obrigarem. Não tem jeito. Quem trabalha para por essa empresa em pé somos nós! E quem quer vê-la forte e atendendo a população com excelência somos nós! Para isso, e para defender nossos direitos e conquistas, nossos empregos e salários, temos de estar sempre mobilizados e em luta. Essa é a nossa sina de trabalhadores conscientes e guerreiros!

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