Empresa abre sua caixa de maldades e retrocessos ao apresentar parte de sua proposta

Notícia publicada dia 15/09/2017 17:19

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A união e a luta da categoria são nossas armas para garantir a manutenção de nossos direitos e reajuste nos salários e benefícios!

Na terceira reunião de negociação, no dia 14 de setembro, a direção da ECT apresentou parte da sua proposta para o Acordo Coletivo 2017-2018. Ela abrangeu as questões sociais, disposições gerais e condições de trabalho e relações sindicais.

As questões pertinentes à saúde do trabalhador, aos benefícios e a proposta econômica ficaram para depois. Mas com a parte apresentada já ficou claro onde ela quer chegar: abrir as portas para aplicar a reforma trabalhista, dizimar nossos direitos e privatizar os Correios.

Como representantes do governo Temer nos Correios, estão encaminhando suas determinações que visam a tirar recursos e direitos dos trabalhadores para favorecer as empresas e seus donos.

Há itens impossíveis de aceitar na parte já apresentada.

Como a subordinação da prorrogação, revisão, denúncia ou revogação do ACT à nova legislação trabalhista, aprovada na reforma, e não ao Art. 615 da CLT, o que colocaria nossos direitos conquistados em perigo.

Bem como a retirada da cláusula que garante a abertura de concurso público para contratação de novos trabalhadores, o que evidencia a intenção de ampliar a terceirização e privatizar.

Ou a exclusão da garantia de acompanhamento do SD pelos Sindicatos, que é imprescindível devido à manipulação promovida pela empresa para justificar seu DDA (veja aqui o conteúdo da proposta na íntegra).

União e luta acima de tudo

Esse começo, aliado à demora para começar a negociação, indica que a retirada de direitos dará a tônica da proposta da direção da ECT. Frente a isso, a luta da categoria deverá ser inevitável.

A FINDECT e os Sindicatos filiados sabem da importância da unidade da categoria na luta. Todos os dirigentes têm a convicção de que uma categoria tem que lutar unida, seja ela municipal, estadual ou nacional como a nossa. Juntos somos mais fortes, não há dúvida.

A mobilização e a greve têm de ser nacional. E São Paulo e Rio de Janeiro são os carros chefes da batalha, por serem os maiores e mais importantes centros populacionais, de circulação de correspondências e mercadoria. Estaremos na linha de frente da nossa batalha atual e de todas as que virão, buscando as vitórias que tanto precisamos.

É esse o direcionamento que a FINDECT sempre defendeu. Ela e os Sindicatos filiados sempre chamaram e continuarão chamando a unidade na luta!

Mas não podemos nos precipitar

A empresa está bem preparada e tem a estrutura governamental e judicial como aliados. Temos de ser responsáveis, sérios e competentes na arte de negociar à exaustão. Não podemos colocar tudo a perder com radicalismos que acabam por fortalecer o inimigo.

Chantagem não!!! A FINDECT tem o direito de organizar a luta na base que representa da maneira que achar mais eficiente, adequada e correta e rejeita imposições!

Temos visto nas redes sociais alguns dirigentes das correntes políticas ditas radicais tentarem impor à FINDECT o calendário de mobilização definido pela outra federação.

Os argumentos são superficiais e não escondem a intenção de impor o desejo e a visão deles à nossa federação, e de tentar impor a falsa ideia de que a opinião deles reflete a vontade e a verdade da categoria, e quem não a seguir é traidor.

Nós, da FINDECT, não opinamos na forma de organização da outra federação e de nenhuma das correntes políticas que dela participam. Guardamos o maior respeito, embora não concordemos com ela. Aliás, esse foi um dos motivos que nos levou a sair de lá para construir uma alternativa que traga avanços e inovações na forma de conduzir a luta dos trabalhadores dos Correios.

A tática de definir um calendário de antemão, com data de greve definida, não é usual e adequada em nossa modesta opinião.

É mais uma forma de chantagem que dificulta o diálogo e a argumentação séria e exaustiva.

Ela é usada pela outra federação desde que foi fundada, e já ficou evidente que não é a melhor para alcançar a estratégia das Campanhas Salariais, que é unir a categoria e alcançar conquistas consistentes, principalmente na presente situação, diferenciada e inusitada por tudo de ruim que está acontecendo em nosso país, na política e na economia, e nos Correios, sob a tutela dos indicados do governo Temer.

A FINDECT tem todo o direito de acreditar e apostar numa tática diferente.

Tem todo o direito de se empenhar honesta e criteriosamente para levar as negociações em alto nível, até o limite das possibilidades.

E tem todo o direito de construir a mobilização de forma diferenciada, sem um calendário fixo a condicionar as negociações e as ações.

Por isso optou por um calendário dinâmico, que vai sendo construído de acordo com a realidade, com o desenvolvimento das negociações.

As assembleias acontecem nas horas certas e precisas, sem causar desgastes desnecessários.

E a greve será chamada no momento apropriado, em que ficar evidente que os mecanismos de negociação foram esgotados e que o impasse se estabeleceu.

Enquanto isso a mobilização está sendo construída na base, no dia a dia.

Basta ver as inúmeras publicações que mostram as ações das diretorias dos Sindicatos filiados nos locais de trabalho, diretamente com os trabalhadores, como tem que ser.

A FINDECT aposta e defende a unidade da categoria, sempre! E já está debatendo a melhor data para encaminhar uma decisão final sobre a deflagração de uma greve.

Mas sem chantagem, mentira e baixo nível, por favor. Tentar impor sua vontade e sua verdade aos outros é a principal forma de divisão!

Todos unidos até a vitória!    

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