Trabalhadores do CDD Embu das Artes, liderados pelo SINTECT/SP, estão greve contra as péssimas condições de trabalho impostas pela empresa, que prejudicam funcionários da empresa e a população.

Notícia publicada dia 24/05/2015 22:28

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O que ocorre no CDD Embu não é um problema localizado. O situação de Diadema e Grajaú tem as mesmas raízes. Pelas tais razões, o SINTECT/SP já liderou, neste ano, várias greves regionais, que envolveram todas as unidades de trabalho de diversas regiões.

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A situação em que a Direção dos Correios está deixando as unidades é absurda.

Os trabalhadores estão esgotados com a pressão por parte das chefias para realização de tarefas excessivas (devido à falta generalizada de funcionários, que está ligada à não realização de concurso público, que a empresa já prometeu várias vezes e não realizou), com as péssimas condições dos prédios que abrigam das unidades, com os constantes casos de violência contra os trabalhadores (assaltos) e a falta de ação efetiva da empresa para proteger a vida e a saúde do empregado, com o assédio moral, além da falta de material de trabalho e a resistência por parte da empresa em implantar a entrega matutina, que é mais adequada, produtiva e saudável devido à temperatura mais amena da manhã.

O Sindicato já informou os problemas, encaminhou pauta de reivindicações e solicitou negociações em diversas oportunidades. Mas a empresa só se esquiva, apresenta soluções inadequadas (como a contratação de temporários, o que nos Correios não funciona porque o empregado demora meses para ser treinado), faz promessas quanto aos demais problemas (como a implantação de chips nas encomendas para coibir os assaltos e a colocação de escoltas), mas não efetiva.

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Com tudo isso, a empresa prejudica os empregados com excesso de trabalho (no Embu, todos os carteiros estão fazendo dobras, ou seja, além das entregas nas ruas a eles destinadas, têm de levar serviço extra constantemente), com a exposição a risco permanente de morte e a doenças profissionais físicas e psicológicas. Além de pagar o menor salário base entre todas as estatais do país para um trabalho pra lá de penoso.

E ainda prejudica a população, pois as entregas demoram e muitas vezes não chegam, ou porque são roubadas, ou porque a empresa suspende a entrega em localidades com alta incidência de assaltos.

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A população acaba tendo de ir até os centros de distribuição buscar suas correspondências e encomendas, e lá deparam com falta de estrutura para isso já que os centros de distribuição não fazem esse tipo de atendimento. O resultado é estresse e conflitos entre a população e os funcionários.

E por que tudo isso está ocorrendo? O SINTECT/SP já chegou à conclusão de que é um problema deliberado, ou por decisão explícita da Direção da empresa de deixar os problemas se acumularem, ou por incompetência administrativa de administradores que não conseguem identificar, entender e resolver os problemas.

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As reivindicações dos trabalhadores do CDD Embu são:

-Melhores condições de trabalho;
-Melhoria na implantação e ampliação da entrega matutina, com entrega efetivamente pela manhã, e não à tarde como está ocorrendo;
-Segurança para os motoristas devido ao alto índice de assaltos;
-Contratação urgente de mais funcionários, pois todos os companheiros do setor estão com dobras, sofrendo superexploração.

Alguns dos problemas que estão atingindo todos os setores indiscriminadamente são:

-Falta de funcionários e, em consequência, dobra de serviço, excesso de trabalho e de horas extras;
-Necessidade de realização urgente do concurso público e contratação de mais funcionários efetivos para atender a demanda de trabalho que tem aumentado muito com o comércio eletrônico;
-Violência nas ruas e assaltos diários, problema gerado pela entrega de objetos de valor, para o qual a empresa não apresenta soluções;
-Falta de segurança nas Agências, pela retirada dos vigilantes, que são imprescindíveis devido ao trato com valores, que aumenta muito com o Banco Postal;
-Más condições de trabalho, assédio moral, falta de EPIs e uniformes;
-Prédios com problemas de climatização e de manutenção, muitos exigindo mudança imediata por estarem caindo aos pedaços e superlotados, com espaço físico insuficiente para comportar carteiros, encomendas e veículos (exemplos de prédios com problemas estruturais não faltam);
-Necessidade da implantação urgente da entrega matutina;
-Rombo do POSTALIS. A ECT, como patrocinadora, tem de pagar a conta! E os responsáveis pelo rombo devem ser investigados e processados!
-Descredenciamentos que continuam no Postal Saúde, deixando a categoria com falta de atendimento hospitalar, ambulatorial, de consultórios e laboratórios
-O PL 4330/04, que libera a terceirização das atividades fim das empresas; no caso dos Correios, significa a possibilidade de terceirizar tudo, até a entrega, com carros, motoristas e até carteiros terceirizados, com salários e benefícios menores e trabalhando ainda mais.

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