A FINDECT realizou seu 9º Congresso no dia 10 de dezembro, o primeiro telepresencial de sua história, formato usado para possibilitar o encontro dos dirigentes sindicais e o necessário debate nesse momento de pandemia.

As questões jurídicas são sempre relevantes nos Congresso. Mas esse ano tiveram destaque ainda maior, devido às investidas da direção da empresa e do governo contra direitos dos trabalhadores, à negligência e ao desrespeito à legislação trabalhista e até mesmo a orientações sanitárias e normas internas de combate à pandemia.

Exposição forçada ao coronavírus

Os dirigentes e os jurídicos da Federação e dos Sindicatos filiados apresentaram teses, iniciativas e ações desenvolvidas na defesa da categoria. Como a batalha pelo fechamento imediato de unidades com casos de contaminação por coronavírus e a garantia do teletrabalho a todo o grupo de risco.

A sonegação de dados pela empresa e a negação em reconhecer a situação e tomar atitudes de proteção à saúde e à vida dos trabalhadores, que na maioria das vezes só vêm com medidas judiciais, foram apontados como grandes dificultadores das ações.

Pesquisa e combate

Nesse sentido ganhou destaque a iniciativa da Diretoria do SINTECT Rio de Janeiro, de buscar parceria com instituições de capacidade técnica reconhecida e respeitada para realizar uma ampla pesquisa sobre a exposição da categoria à Covid-19 e suas consequências para a saúde física e mental dos trabalhadores e seus familiares e para o combate social à pandemia.

As instituições são o DIESAT (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho) e a FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz), que tem ganhado notoriedade pelos estudos e contribuições decisivas na compreensão e combate à doença.

Uma exposição da parceria e do formato da pesquisa foi feita no Congresso por Eduardo Bonfim Silva, Administrador e especialista em Saúde do Trabalhador, Pesquisador e Coordenador Técnico do DIESAT.

Questionário para todos

A pesquisa terá como base o questionário de comunicação de risco e condições em ambientes de trabalho desenvolvido pelos dois órgãos, já testado em categorias como os petroleiros, agora adequado e especialmente dimensionado para a abordagem, o levantamento das condições de trabalho e suas consequências na categoria ecetista.

As conclusões da pesquisa serão essenciais para o conhecimento da realidade nos setores de trabalho dos Correios e entre os trabalhadores, base necessária para reivindicações, denúncias e ações sindicais, políticas e judiciais.

A pesquisa é nacional

Apesar da iniciativa ter partido da direção do SINTECT-RJ, a parceria foi firmada para estudo em toda a base da categoria. Nas próximas semanas será lançado o questionário, com explicação a todos os trabalhadores de como e da importância de preenchê-lo. Quanto mais abrangente e representativa for a pesquisa, mais conclusivos e fortes serão suas conclusões e os argumentos por elas possibilitados.

Defesa da categoria

O Congresso também teve espaço para a realização de um balanço das negociações coletivas desse ano, suas consequências e a necessária reorganização da categoria para resistir a novos ataques e encarar a luta pela manutenção e recuperação de direitos.

Essa reorganização é condição para enfrentar o avanço da narrativa neoliberal, que tem na privatização das estatais um de seus pilares, e nos Correios uma de suas vítimas preferenciais. Sem resistência firme dos trabalhadores, com a conquista da opinião pública, os planos destrutivos do governo podem ir adiante, acabando com uma estatal essencial para o país, e com ela os direitos e empregos da categoria.

A situação econômica dos Sindicatos pós-reforma trabalhista e as contas da federação também foram objeto de debate, com a apreciação e aprovação das peças financeiras e orçamentárias apresentadas pela Diretoria da FINDECT, devidamente avalizadas pelos membros do Conselho Fiscal.

Por: FINDECT