Uma data de resistência e reflexão sobre a luta histórica do povo negro no Brasil e a resistência das tradições afro-brasileiras

O 13 de maio marca a assinatura da Lei Áurea, que, em 1888, “aboliu” oficialmente a escravidão no Brasil. Porém, para muitos negros, essa data carrega um significado contraditório. Embora tenha sido celebrada como o fim da escravidão, a liberdade prometida nunca foi plenamente concretizada. A Lei Áurea não garantiu a inclusão social, o acesso a direitos básicos ou a eliminação das discriminações que ainda afetam essa população.

Além disso, o 13 de maio é também o Dia dos Pretos Velhos, que celebra as tradições afro-brasileiras e homenageia figuras espirituais que representam a resistência e a sabedoria. Os Pretos Velhos são símbolos da luta e da preservação da cultura negra frente à opressão.

Embora a Lei Áurea tenha representado o fim jurídico da escravidão, as desigualdades sociais, econômicas e políticas continuaram a afetar a população negra, que passou a enfrentar outras formas de exclusão e exploração. O desemprego, a violência policial e a falta de acesso a serviços essenciais são apenas alguns dos reflexos dessa injustiça histórica.

Neste 13 de maio, é importante refletirmos sobre as conquistas ainda necessárias para que o povo negro tenha acesso real à igualdade de oportunidades e direitos. A luta dos trabalhadores negros nas diversas esferas sindicais, como nos sindicatos filiados à FINDECT, segue sendo uma das frentes mais importantes dessa resistência.

Um tema crucial na atualidade é o debate sobre a jornada de trabalho e, especialmente, o fim da escala 6×1. Essa medida beneficia todos os trabalhadores, mas tem um impacto ainda maior para a população negra, que historicamente tem sido mais afetada por condições de trabalho precárias. Enquanto o governo atual busca discutir a eliminação da escala 6×1, a atual gestão dos Correios quer avançar na direção oposta, propondo um ataque direto aos direitos da categoria. O pacote de medidas apresentado pelos Correios de redução salarial com ajustes na jornada de trabalho é inaceitável. Ao invés de garantir condições melhores para os trabalhadores, essa medida prejudica ainda mais a classe trabalhadora, especialmente a população negra, que já enfrenta tantos desafios.

A recente postura da direção dos Correios, que inclui a redução salarial e o ataque aos direitos dos trabalhadores, é mais uma demonstração de como a empresa segue contra a maré, desconsiderando os avanços necessários para os trabalhadores. Esse tipo de atitude não só agrava a situação da categoria, mas também reflete uma tentativa de retroceder nas conquistas que os trabalhadores já alcançaram.

Como afirmou o Secretário de Assuntos Raciais da FINDECT, Ricardo Adriane Negopeixe: “A abolição formal não significou a verdadeira liberdade para o povo negro no Brasil. O 13 de maio é um dia de reflexão e luta, que nos convoca a seguir a resistência e a batalha pela igualdade de direitos, respeito e dignidade para todos os negros e negras do país.”

Neste 13 de maio, devemos lembrar que essa data é uma cobrança para que o Brasil cumpra, de fato, o compromisso com a liberdade, a dignidade e a igualdade para a população negra. A luta continua, e é com essa resistência que seguimos em busca de um país mais justo para todos.