Ato será realizado nesta quarta-feira (20), às 11h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista, reunindo movimento negro, sindicatos e trabalhadores dos Correios.

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro e reconhecido como feriado nacional pelo segundo ano consecutivo, é um marco da resistência histórica do povo negro e da luta por justiça e igualdade no Brasil. A data homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo máximo da liberdade, e reforça a urgência de enfrentar o racismo estrutural que segue presente nas relações sociais, econômicas, culturais e religiosas do país.
Em São Paulo, o SINTECT-SP participará da 22ª Marcha da Consciência Negra, com concentração às 11h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O sindicato convoca todas as trabalhadoras e trabalhadores dos Correios a se somarem ao ato, que reúne movimentos sociais, coletivos periféricos, parlamentares e organizações comprometidas com a luta antirracista.
O 20 de Novembro não é apenas um momento de celebração, é um chamado ao enfrentamento de uma realidade que insiste em excluir e violentar a população negra. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 82% das pessoas mortas pela polícia no país são negras, evidenciando o impacto devastador da violência institucional e das políticas que atingem de forma cruel as periferias.
Esses números reforçam que a luta antirracista é urgente e cotidiana.

A luta também é pela vida, pela dignidade e pela democracia
O secretário de Assuntos Raciais do SINTECT-SP, Nestor Dórea, destaca que o racismo estrutural atravessa a sociedade como um todo e persiste nas relações sociais, nas instituições e até no campo religioso, reforçando discriminações históricas:
“O racismo está presente nas estruturas da sociedade brasileira: na segurança pública, na cultura, na educação e até na religiosidade. Ele molda comportamentos, desigualdades e violências. O 20 de Novembro é o momento de reafirmar nossa luta contra todas essas formas de opressão que afetam a população negra todos os dias.”
O secretário-geral, Ricardo Adriane (Nego Peixe), reforça que o combate ao racismo também significa defender o direito à vida e enfrentar políticas de morte:
“A violência policial recai principalmente sobre jovens negros das periferias. Denunciar essa política letal é dever de todos nós. Estaremos nas ruas porque combater o racismo é defender direitos, dignidade e o futuro do nosso povo.”
A secretária da Mulher do SINTECT-SP, Michele Souza, chama atenção para o impacto desproporcional sobre as mulheres negras:
“As mulheres negras são as mais afetadas pela violência, pelo desemprego e pela desigualdade salarial. Valorizar o 20 de Novembro é também lutar para que essas mulheres tenham proteção, respeito e oportunidades reais.”
O presidente do SINTECT-SP, Elias Diviza, ressalta o compromisso permanente do sindicato:
“Este dia é um marco da luta por igualdade racial e direitos humanos. O SINTECT-SP renova seu compromisso com o enfrentamento ao racismo todos os dias. Chamamos a categoria para participar da Marcha porque nossa luta não é apenas por direitos trabalhistas, é por justiça social.”
22ª Marcha da Consciência Negra
• Data: 20 de novembro
• Horário: 11h
• Local: Em frente ao MASP, Avenida Paulista
O SINTECT-SP convoca todas as trabalhadoras e trabalhadores dos Correios a participarem da Marcha e fortalecerem a luta antirracista. O 20 de Novembro é um dia de memória, resistência e afirmação política e a presença da categoria é fundamental para fortalecer essa mobilização.
A luta por igualdade racial é parte da luta por dignidade no trabalho, por democracia e por um Brasil verdadeiramente justo.