A mídia privada está em campanha contra os Correios. Por quê?

Notícia publicada dia 27/11/2025 15:19

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► Globo, Folha de São Paulo e demais veículos da mídia empresarial estão publicando editoriais em que criticam a ECT e defendem a privatização e até o fechamento da empresa.

► Essa militância vem do alinhamento das empresas privadas de mídia com o ideário neoliberal, que quer o Estado mínimo e tudo privatizado.

► As empresas privadas, da mídia e as que querem se beneficiar com uma eventual venda dos Correios, não querem saber de função social de uma empresa estatal e não estão nem aí se a população vai ser prejudicada. Só querem saber de ganhar dinheiro a qualquer custo.

Lucro para as empresas e rendimentos para o capital financeiro

O neoliberalismo foi a resposta dada para a crise de acumulação de capital no final da era fordista industrial, nos anos 60 e 70. Uma das suas diretrizes é o Estado mínimo e tudo privatizado, principalmente as estruturas estatais construídas com dinheiro público, para dar mais fontes de lucro aos empresários.

É daí que vem a defesa da privatização dos Correios. A mídia empresarial não tem vergonha de fazer artigos que não discutem a importância dos serviços públicos e estatais. Produzem ideologia e, na falta de argumentos, escondem e distorcem fatos e verdades sobre os Correios e não analisam soluções possíveis e necessárias para a sociedade não perder o serviço essencial prestado pela ECT.

O país e sua população perdem muito sem o Correio estatal

O Correio não pode ser uma empresa a mais no mercado postal. Tem que ser público e estatal a serviço do país, capaz de prestar serviços essenciais para a população e para o próprio governo.

O Correio estatal é a única empresa que pode garantir confiabilidade e segurança para a entrega das provas do Enem, de urnas nas eleições, de livros didáticos, medicamentos, vacinas e documentos judiciais e governamentais em todo canto do país. E que tem logística para colocar a serviço do socorro às vítimas de catástrofes, como as ocorridas no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.

Só uma estatal pode assumir essas tarefas e uma obrigação que empresa privada nenhuma assume: a de garantir o direito constitucional à comunicação postal para a população de todos os cantos e fundões do país.

Empresas privadas perseguem o lucro. Não estão nem aí com a população nem com função social. É dinheiro no bolso e ponto. Elas não vão garantir os serviços em pequenos municípios que não dão lucro. Não vão operar regiões remotas, nas periferias, florestas e sertões.

Por isso, é correto afirmar que manter o Correio é uma obrigação do Estado. Todos sabemos que a ECT deu lucro na maior parte dos anos de sua existência. E que tem toda condição de continuar dando, se for bem estruturado e gerido.

Num momento de crise criada por mudanças sociais e econômicas e pela incompetência de governos e direções para gerir a empresa, como a atual, é obrigação do governo fazer o aporte necessário e estruturar um plano de recuperação eficiente!

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