Argentina começa a revogar privatizações para recuperar a soberania nacional

Notícia publicada dia 02/08/2021 14:37

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A primeira revogação se deu no setor energético, equivalente à Eletrobras que o governo Bolsonaro acaba de privatizar aqui. Em seguida virá o setor de hidrovias, muito grande e importante por lá. O setor postal entrará na lista!

Com as privatizações, o governo Bolsonaro está cometendo um crime no Brasil que trará graves consequências para a soberania e para a economia nacionais, para os direitos da população e para a integração do país.

No futuro, quando esse governo empresarial, miliciano, mentiroso e entreguista for varrido pela luta ou pelo voto, terão de ser revogadas. Uma prova disso está na vizinha Argentina, que começa a reverter privatizações feitas nos anteriores governos direitistas, empresariais e entreguistas.

Começou pela energia

O presidente argentino Alberto Fernández acaba de revogar mediante decreto as privatizações de empresas de energia e centrais térmicas realizadas pelo governo de seu antecessor Mauricio Macri (2015-2019).

A medida é importantíssima para o país, que afundou economicamente nos quatro anos do governo de Macri, da aliança direitista Cambiemos, e carrega uma dívida pública monstruosa.

Também recupera a gestão da importação de gás da Bolívia para empresas estatais, bem como a exploração das áreas localizadas na Bacia Malvinas Oeste do Mar Argentino.

O governo Macri havia entregado esse e outros setores essenciais e estratégicos da produção de energia do país a empresas privadas, como as usinas nucleares, termoelétricas e hidrelétricas, o que aumentou os preços, diminuiu a oferta, ampliou os gastos do governo e ampliou a crise do país.

No Brasil, privatização piorou tudo

As privatizações de Bolsonaro precisam ser impedidas. Se ocorrerem, deixarão enormes prejuízos para toda a população e para o país. Como ocorreu com as realizadas nos governos Collor e FHC.

A propaganda enganosa dos governos e empresas afirma que privatização moderniza e melhora. Mas não é verdade.

A Vale do Rio Doce, por exemplo, depois de privatizada entregou toda a riqueza mineral do subsolo do país para empresários e países estrangeiros.

Não cuidou o meio ambiente e provocou os desastres de Mariana e Brumadinho. Levou o governo a perder arrecadação e o país a perder riquezas e soberania. Sem contar que foi vendida por um preço irrisório.

A telefonia, que muitos imaginam que melhorou com a privatização, levou o Brasil a conviver com um monopólio que impõe preços entre os mais altos do planeta para contas de celulares e fixas, bem como para a internet, e a entregar sinal com uma das piores qualidades do planeta.

A privatização dos bancos estaduais, como Caixa Estadual e Banespa em São Paulo e Banerj no Rio de Janeiro, concentrou recursos nas mão dos bancos privados, que passaram a ter lucros monstruosos, encareceu o crédito aos pequenos e médios empreendimentos, ao povo principalmente na compra da casa própria, dificultou o desenvolvimento do país e contribuiu para a desindustrialização que hoje é um dos principais problemas da economia nacional.

Correios: se privatizar, vai ter que revogar

No caso dos Correios, todos já sabem que haverá perda de soberania e prejuízo para a nação e a população. Um dos mais graves será o apagão postal na maioria dos 5570 municípios brasileiros. Os que não apresentam lucratividade atrativa para o setor privado ficarão sem serviços postais, porque empresas privadas atuam pelo lucro e não fazem serviço social.

É mentira dizer que um órgão regulador vai obrigar o capital a inverter sua lógica de acumulação e garantir a universalização dos serviços e o atendimento a toda a população, mesmo nas áreas deficitárias.

Só uma empresa estatal com monopólio postal e subsídio cruzado pode fazer isso. Não é a toa que os Correios foram estruturados assim e foi colocada na Constituição a obrigação do estado garantir o atendimento a todos. A exclusividade a ele na exploração do setor postal, do correio aéreo e dos telegramas também está na Constituição, como forma de possibilitar o atendimento universal, a todos.

A luta é agora

A luta contra a privatização dos Correios precisa se dar agora e ser vitoriosa. Se os irresponsáveis e vendidos aos interesses privados do governo e do Congresso Nacional aprovarem o PL 591/21 e levarem adiante a destruição do Correio estatal e a entrega do setor a empresas privadas, a luta no futuro pela revogação será ainda maior e os prejuízos irreparáveis.

Saiba mais sobre a reversão das privatizações na Argentina AQUI.

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