Argentina começará 2024 pior do que terminou 2023

Notícia publicada dia 09/01/2024 18:35

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► Preços subiram mais que antes e direitos e serviços sofreram perdas depois que o presidente eleito no dia 19/11 assumiu.

► O discurso governamental é de que a população tem de aguentar o tranco e esperar as medidas fazerem efeito e a economia melhorar.

► Mas será que a população argentina, que já vivia na penúria, vai aguentar sofrer ainda mais e esperar algo incerto, ou fantasioso, uma vez que a melhoria prometida deve vir apenas para quem já tem muito dinheiro?

A situação da Argentina não estava boa antes da eleição. A economia do país está em crise há anos, com inflação crônica, aumento da pobreza e uma moeda que desvalorizou significativamente. Isso foi um dos fatores que levaram à vitória do candidato extremista de direita Javier Milei.

O governo anterior, de esquerda, fez várias tentativas de segurar a inflação e assegurar a renda e o consumo da população. Utilizou controles cambiais complicados, subsídios ao consumidor e outras medidas para inflar o valor oficial do peso e manter vários preços-chave artificialmente baixos, incluindo gás, transporte e eletricidade.

Mas não houve uma resposta robusta do conjunto da economia, numa Argentina em que o parque industrial está praticamente destruído e há problemas gravíssimos de infraestrutura.

Nesse cenário, o voto de protesto era mais que previsível. Mas os argentinos, apesar de acostumados a aumentos regulares de preços com a terceira maior taxa de inflação do mundo, não imaginavam que o que estava ruim poderia piorar muito e de uma hora para outra.

E foi o que ocorreu. Em 10 de dezembro, o novo presidente assumiu e desvalorizou a moeda argentina em 54%, reduzindo ainda mais o poder de compra da população. Além disso, os preços dispararam antes mesmo dele anunciar suas medidas. As remarcações passaram a ocorrer várias vezes por dia e as dificuldades aumentaram.
Para completar, o presidente revogou leis que protegiam a população, como a que impedia aumentos abusivos dos alugueis. Demitiu funcionários públicos e cortou gastos sociais do governo, incluindo subsídios ao consumidor que garantiam preços menores, como dos transportes públicos e da energia elétrica.
Resta saber até quando a população, que já iniciou protestos, suportará o baque dos aumentos de preços, com diminuição da renda e corte de direitos sociais. A se deixará o presidente extremista de direta destruir o país e aumentar ainda mais os índices de pobreza e miséria.

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