Déficit de 2023 é resultado de 2022, ou seja, da bagunça deixada por Bolsonaro

Notícia publicada dia 31/01/2024 18:20

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A imprensa empresarial foi superficial e maldosa ao divulgar déficit sem explicar que o déficit se referia ao ano anterior, passando a impressão que já era resultado do governo Lula

Repare nesta manchete, veiculada pela CNN Brasil, semelhante a de quase todos os veículos da imprensa empresarial: “Governo fecha 2023 com déficit de R$ 230,5 bi, segundo pior da história, diz Tesouro Nacional”.

A conclusão óbvia dela é que se trata de resultado do governo Lula durante 2023. No texto não há explicação que desminta isso. Veja o texto da CNN:

A verdade foi escondida para queimar o governo atual

O orçamento do governo em um ano é resultado do que foi aprovado na Câmara e das decisões que o governo tomou no ano anterior. Ou seja, o resultado de 2023 vem das decisões tomadas em 2022, pelo governo Bolsonaro.

O governo de extrema direita promoveu uma bagunça, pra usar um termo light. Mais da metade do déficit de 2023 é resultado da arrumação de parte dessa bagunça nas contas públicas, resultado, entre outros fatores, do Orçamento irreal elaborado para aquele ano pela equipe do ex-ministro Guedes. Veja exemplos.

Represamentos e adiamentos de gastos

● O governo anterior cortou gastos essenciais em diversas áreas, entre as quais Saúde, Educação e Habitação e congelou despesas que tiveram que ser cobertas em 2023, como no programa de merenda escolar.

● Os cortes geraram problemas que tiveram de ser sanados em 2023. Na educação, por exemplo, o percentual de crianças na escola que não conseguem interpretar textos subiu de 50% para 70%; na saúde, a cobertura da vacina de crianças caiu perigosamente (contra poliomielite, caiu de 100% para 70%).

● Congelou o salário mínimo, reajustando apenas seu valor monetário pelo índice de inflação, congelou salários dos servidores públicos e diversos direitos dessas categorias, que o governo atual teve que cobrir em 2023.

● Deixou de pagar R$ 92 bilhões em precatórios (dívidas do governo de processos judiciais perdidos para trabalhadores e empresas).

● Promoveu mudanças no ICMS que gerou perdas de R$ 27 bilhões para estados e municípios, que tiveram de ser repostas.

Para saber mais:

Bagunça deixada por Bolsonaro explica déficit recorde nas contas públicas

Haddad diz que governo Lula espera fechar 2024 com crescimento da economia melhor que as previsões

Em novembro, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou projeção de avanço de 2,2% no Produto Interno Bruto em 2024. Na terça, o Fundo Monetário Internacional elevou, de 1,5% para 1,7% a expectativa de crescimento do PIB neste ano.

Após os cortes de juros já anunciados pelo Banco Central (BC) no início deste ano, a continuidade da queda da Taxa Selic (juros básicos da economia) dependerá do exterior, disse nesta terça-feira (30) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo ele, caso os Bancos Centrais das economias avançadas comecem a reduzir os juros ainda neste semestre, haverá espaço para novas quedas das taxas no Brasil no segundo semestre.

Para saber mais:

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