A FINDECT mostrou que a luta pela PLR é viável e necessária. Que se a categoria se mobilizar e Sindicatos e Federação forem responsáveis nas negociações, é possível derrubar as manobras que a empresa faz todo ano, e impor um patamar mínimo para a negociação, sem GCR, parcela estratégica e critérios exagerados para faltas. Para esclarecer melhor, vamos lembrar a negociação e a luta deste ano.

Nova Federação

Os Sindicatos que hoje compõem a FINDECT se desfiliaram da outra Federação, a FENTECT, para construir uma alternativa para as lutas da categoria. Isso foi necessário devido a vários problemas, como a aproximação com a empresa e o governo, a briga entre correntes, e a forma como a FENTECT vinha conduzindo as lutas da categoria. Na PLR, durante todos esses anos, não houve uma atuação consequente nas negociações, nem a mobilização da categoria para modificar a história de enrolação e imposição da ECT.

A FINDECT, ao buscar um novo modelo de atuação, começou a mudar essa história. Nesta Federação, o centro das atenções é o trabalhador de base, e não os interesses dos dirigentes. Aqui é entendida a importância dos partidos políticos. Eles têm papel importante no avanço da consciência do trabalhador. Porém, os Sindicatos não podem ser aparelhos partidários. Dirigentes Sindicais jamais podem sentar-se à mesa com patrões para tramar contra os trabalhadores. Isso foi visto no recente episódio do rombo do Postalis, quando juntos decidiram que os trabalhadores é que devem pagar a conta dos prejuízos oriundos da má administração dos dirigentes do Postalis, indicados pela ECT e dos eleitos pela FENTECT.

A forma da FINDECT de fazer a luta cotidiana é baseada no diálogo franco. Sendo transparente com a categoria, buscando negociar o melhor para os trabalhadores e sempre se pautando na mobilização da categoria. Assim foi conduzida a campanha salarial passada, com negociação até a exaustão. E diante de mais uma irresponsabilidade da gestão da ECT, não nos acovardamos e fomos à luta. Fomos decisivos na greve que nos garantiu o serviço médico (que querem mexer de novo), e na reposição da inflação com ganho real. Diferentemente da FENTECT, que a falta de unidade interna fez com que uma parte se acovardasse e a outra fosse à luta com a FINDECT.

A luta da PLR

Mas uma vez a ECT impôs o impasse na luta da PLR. De forma intransigente e mostrando estar totalmente desalinhada com as diretrizes do governo federal, mesmo a ECT sendo comandada majoritariamente pelo partido dos trabalhadores, escolheu a política de dar mais para quem já ganha mais. Além disso, sua diretoria estabelece normas e regras que inviabilizam qualquer possibilidade de acordo, pois as mesmas afrontam a organização sindical e simbolizam o retrocesso nas relações do trabalho, prejudicando os trabalhadores de base. Atos como esses mostram total irresponsabilidade com a empresa pública.

Mas dessa vez a máscara caiu. Devido à ação da FINDECT, houve mobilização real para pressionar e exigir negociação, inclusive no Ministério Público do Trabalho. Devido a isso, a empresa jogou mais sujo do que nunca. Enrolou e mentiu para impor sua vontade, como sempre, mas também entrou em campo com telegramas e boletins internos para enganar os trabalhadores e tentar colocá-los contra o Sindicato e a FINDECT. Para a justiça e para os trabalhadores mais atentos, tudo ficou muito claro.

E a FENTECT, o que fez, além de arrotar palavras de ordem? Qual seu calendário de lutas? Como conquistar a linearidade, se sequer realizou assembleias? Mais uma vez se acovardaram, não tiveram a coragem de convocar a categoria para a luta, não marcou greve, não mobilizou e fica com um discurso vazio tentando se passar de combativa, quando na verdade esta preocupada em contabilizar os rendimentos do vale drogaria, outra negociata entre ECT e FENTECT. Está preocupada em como se garantir em instâncias do poder.

Compromisso com os trabalhadores

A FINDECT e os Sindicatos filiados reafirmam o seu compromisso com os trabalhadores. E agradecem a todos os companheiros e companheiras que acreditaram e confiaram na linha de luta classista desta Federação. Acreditamos que a luta coletiva da nossa categoria e de todos os trabalhadores brasileiros é o caminho para derrotar os que tentam a todo custo sucatear os Correios pra privatizá-lo, os mesmos que por diversas vezes provaram defender apenas interesses particulares, prejudicando o conjunto da categoria.

Entendemos ainda, que a PLR não é uma luta só econômica. Para a FINDECT, derrotar a parcela estratégica é fundamental, pois nela está embutida o conceito maior do capitalismo, que é tirar de quem produz para o bem de quem acumula riqueza. O uso do GCR, por sua vez, embute o conceito de reprimir para produzir. É mais uma forma de chantagem ao trabalhador, bem como o critério abusivo para desconto em caso de faltas e suspensões.

Neste ano, mesmo com a empresa tendo imposto seus critérios de PLR, foi dado um passo fundamental. A categoria entrou em campo de fato para lutar por uma PLR linear, com critérios e valores justos, como nunca tinha feito antes. O risco concreto de Greve pela PLR e a pressão do Ministério Público do Trabalho (MPT) que a FINDECT chamou para mediar o debate, forçou a ECT a pagar a PLR, mesmo que de forma unilateral. A ECT e o DEST (Departamento de Controle das Estatais do Ministério do Planejamento) afirmavam que não ocorreria pagamento de PLR sem Acordo. O objetivo da empresa era forçar a assinatura de um Acordo que representava um grande retrocesso. As várias manobras da ECT evitaram a Greve prevista para dia 14 de maio, mas deixaram-na acuada e sem argumentos, levando-a a mostrar sua verdadeira cara e métodos.

No próximo ano, a empresa virá com a mesma postura impositora. Mas desta vez a categoria, ao lado da FINDECT, estará mais preparada, um passo a frente na luta! Luta esta que é fundamental agora que a ECT, sem qualquer debate com os trabalhadores, tenta impor mudanças no Plano de Saúde da categoria!!!

DIRETORIA DA FINDECT

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