● Num ato de coragem e dignidade, o presidente do Brasil falou o que precisa ser dito, enquanto os demais chefes de Estado do planeta se calam – exceto a África do Sul.

● A reação da grande imprensa foi tão desproporcional quanto o ataque que Israel faz ao território e ao povo palestino. Com a desculpa de responder ao ataque do Hamas, trata todos os palestinos como terroristas, inclusive mulheres, crianças, velhos, bebês, doentes e inválidos.

● Grande imprensa, seus jornalistas e chefes de Estado mundo afora expressam a força do poderoso lobby judeu e a defesa dos interesses das empresas de vários países que estão lucrando com o ataque – não existe guerra, não há confronto entre exércitos nem entre estados, só ataques de Israel à faixa de Gaza e à Cisjordânia contra um povo que não tem exército e não reage.

● A reação à fala do Presidente Lula mostrou o quanto ele é reconhecido e suas declarações são relevantes no cenário internacional. E ele está certo quanto condena o ataque do Hamas como ato terrorista, ao mesmo tempo em que condena a reação desproporcional de Israel e o genocídio que está promovendo contra o povo palestino, que tem sim similaridades ao que os nazistas fizeram com os judeus na Segunda Guerra Mundial.

O que é genocídio?

O termo “genocídio” não existia antes de 1944, penúltimo ano da Segunda Guerra Mundial. Foi criado pelo advogado Raphael Lemkin, que teve a família inteira (menos um irmão) vitimada pelo assassinato em massa de judeus pelos nazistas de Hitler.

O termo designa crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de grupos nacionais, étnicos, raciais, e/ou religiosos.

Segundo a definição da ONU, essas ações incluem:

◾assassinatos de membros de um grupo;

◾infligir sérios danos físicos ou psicológicos a membros do grupo;

◾criar condições que ameacem a vida de membros do grupo, com capacidade de destruí-lo total ou parcialmente;

◾implementar medidas para impedir nascimentos no seio do grupo;

◾e a transferência forçada de crianças para outro grupo.

África do Sul denunciou Israel à ONU por genocídio

A África do Sul se baseou na convenção internacional sobre o termo genocídio para apresentar, em dezembro de 2023, à Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judicial das Nações Unidas, denúncia contra Israel por participação em “atos de genocídio contra o povo palestino em Gaza”.

No pedido, afirma que os “atos e omissões de Israel têm caráter genocida, pois estão acompanhados da intenção específica necessária […] de destruir os palestinos de Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico mais amplo dos palestinos”.

Afirma ainda que “a conduta de Israel em relação aos palestinos em Gaza, por meio de seus órgãos estatais, agentes estatais e outras pessoas e entidades que atuam sob suas instruções ou sob sua direção, controle ou influência, viola suas obrigações nos termos da Convenção de Genocídio”.

O governo sul-africano pediu à corte a emissão de uma ordem provisória para que Israel suspenda imediatamente suas operações militares no enclave palestino. “Israel, principalmente desde o 7 de outubro, tem falhado em prevenir o genocídio e tem falhado em processar o incitamento direto e público ao genocídio”.

Brasil apoiou a denúncia

O Brasil reconheceu que o ataque do Hamas foi um ato de terrorismo e que deve ser condenado. No entanto, aderiu à denúncia da África do Sul, condenando o ataque desproporcional e generalizado de Israel ao território e ao povo palestino.

Não há guerra de Israel contra a Palestina. Há um ataque generalizado para completar a expulsão de um povo de seu território, que começou há 75.

Não há cenas de guerra, só de bombardeio e destruição. Israel empurra o povo palestino para o Sul e em seguida bombardeia o Sul. Ataca e destrói hospitais. Impede a entrada de comida, água e medicamentos. Não recupera nenhum refém, mas prende e mata centenas de palestinos diariamente, inclusive crianças e mulheres.

Para configurar um genocídio, não é preciso instalar câmaras de gás e incineradores como fizeram os nazistas. É assustador o extermínio promovido por Israel contra os palestinos. Mais assustador ainda é o silêncio do mundo todo.

O Presidente Lula foi assertivo e corajoso. O povo brasileiro tem muitas razões para se orgulhar disso!

Para negar semelhança com nazismo, Netanyahu culpa um líder islâmico de convencer Hitler do Holocausto

A hipocrisia não tem limites. O líder de Israel apelou ao negacionismo e à mentira para escapar da comparação com o nazismo.

Ele teve a cara de pau de afirmar que Adolf Hitler não é culpa de ter idealizado o Holocausto. O primeiro-ministro afirmou em seu discurso diante da plateia do 27º Congresso Sionista: “Hitler não queria exterminar os judeus naquele momento [novembro de 1941], queria expulsá-los”.

Segundo o chefe de Governo israelense, foi o líder palestino da época, o mufti de Jerusalém Haj Amin al Husseini, que convenceu o dirigente nazista durante um encontro em Berlim, com o seguinte argumento: “Se você expulsar os judeus, todos virão para cá [a Palestina]”.

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