PLR miserável comprova o desrespeito do Governo e incapacidade de negociação da Fentect

Notícia publicada dia 04/05/2012 20:45

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Embora ano após ano os lucros da ECT cresçam, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) paga aos seus funcionários não acompanha esse crescimento. Chegou-se ao absurdo de que a PLR/2011, somando a segunda parcela paga neste mês com a que foi pago em dezembro do ano passado, foi inferior à PLR/2010. Dessa forma ao invés de avançarmos estamos retrocedendo.

A alegação da direção da ECT é de que ela tem que cumprir a Lei que determina que pode ser pago de PLR pelas estatais federais no máximo 25% da parte dos lucros da Empresa que são repassados ao Governo Federal, e que neste ano o repasse ao Governo Federal foi de cerca de 385 milhões, valor inferior ao do ano passado. Ainda segundo a Empresa, o Governo Federal recebeu um repasse inferior para deixar mais dinheiro em caixa na ECT para “investimentos”. O fato é que não estamos vendo estes tais investimentos, pelo contrário, faltam funcionários e investimentos básicos para que os trabalhadores possam exercer as suas funções, ao mesmo tempo em que os valores da PLR diminuiram.

Essa postura do Governo em deixar mais dinheiro nos cofres da ECT, reduzindo o repasse que a Empresa poderia fazer, diminuindo assim o valor pago em PLR, desmente o discurso de que falta dinheiro para melhorar as condições de trabalho e contratar pessoal, sendo essa situação causada pela falta de responsabilidade da direção da ECT e do Governo, que tem tratado os trabalhadores dos Correios como escravos, multiplicando os casos de doenças causadas pelo excesso de serviço, prejudicando também a população com a queda da qualidade do serviço.

FENTECT também é responsável por essa PLR

É importante destacar que as negociações da PLR/2011 foi conduzida pela Fentect, e que a proposta foi recusada pela Assembléia realizada pelo SINTECT/SP, além de alguns outros, dentre outros motivos pelo fato dela não ser linear, favorecendo os altos escalões, onde alguns pegaram até cinco vezes mais que o que a esmagadora maioria dos trabalhadores está recebendo, assim como pelo fato de que haviam vários pontos não esclarecidos para a assinatura do acordo, como a armadilha de dizer que no mínimo 50% da PLR seria antecipada em dezembro de 2011, mas não deixando nada claro sobre quanto seriam os valores totais. Esse Acordo de PLR acabou sendo assinado, pois embora o SINTECT/SP tenha se posicionado contra juntamente com outros sindicatos, a Fentect teve a concordância de 18 sindicatos nacionamente, o que, pelo estatuto da Fentect, determina que o acordo deve ser assinado. Em nenhum momento, durante toda essa negociação, a Fentect teve um diálogo claro com o Governo para ter um idéia do valor dos lucros que lhe seriam repassados, para a partir daí ter uma noção do quanto representariam os 25% a serem pagos como PLR.

Presidente do SINTECT/SP Diviza é impedido de partcipar da reunião sobre PLR

A Comissão da Fentect, que negociou com a direção da Empresa a PLR/2011, tinha entre seus membros Nilson, na época diretor da Fentect e presidente do Sindicato dos Correios do Paraná, que por coincidência hoje ocupa um cargo de confiança, como ASGET na DR-SPI. Além do Nilson, participaram dessa negociação “representando” os trabalhadores, dentre outros, Talibã, secretário geral da Fentect, e a Anaí Caproni, diretora dessa mesma federação, os quais não são diretores de Sindicato nenhum, nem sequer delegados sindicais dos setores onde são “lotados”, mas mesmo assim esse pessoal não permitiu que o companheiro Diviza, Presidente do SINTECT/SP, o maior Sindicato dos Correios do país, entrasse em uma reunião que ocorria em Brasília para discutir a PLR, por quê será?

Segue abaixo uma matéria do Sintect/SP de maio de 2011,  data em que foi realizada tal reunião:

Reunião da PLR: Sindicato é impedido de participar

Comissão da PLR da FENTECT não permite Diviza participe de reunião com a ECT

Na quarta-feira (23) estava agendada uma reunião entre a direção da ECT e Comissão da FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) para iniciar a discussão sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) que será paga em 2011.

Presente em Brasília para tratar de assuntos de interesse da categoria, o companheiro Diviza, presidente de nosso Sindicato, pediu para assistir à esta reunião, como observador. Deixou claro que não iria pedir a palavra, pois a responsabilidade por esta negociação deve ser da Comissão de PLR da FENTEC. Diviza argumentou que acompanhar o encontro lhe permitiria ter mais informações e detalhes sobre este importante processo de negociação, que a maior base de trabalhadores dos Correios do país, representada pelo SINTECT/SP, tanto cobra.

Em resposta a este pedido a maioria da Comissão de PLR da FENTECT entendeu que o presidente do SINTECT/SP não poderia estar participar, sendo que por parte da ECT não houve qualquer questionamento. Foi argumentado que isso abriria um precedente, de modo que nos próximos encontros todos os sindicatos iriam querer enviar seus representantes.

Primeiramente, queremos destacar que, se de fato todos os Sindicatos quisessem ter seus representantes assistindo como observadores as reuniões de negociações com a ECT, este seria um assunto a ser debatido. Afinal, quem sustenta a FENTECT política e financeiramente são os sindicatos filiados, cabendo à Federação tão somente encaminhar o que é deliberado.

Além disso, da forma como foi proibida a entrada do presidente Diviza dá-se a entender muito mais que o motivo da exclusão do Sindicato é um caso de revanche política. Isso pelo fato de que a maioria dos integrantes desta Comissão faz oposição aos dirigentes do Sindicato e perderam as últimas eleições para do SINTECT/SP.

É uma pena, pois na nossa opinião não vai ser com exclusão, e/ou por motivos particulares que iremos fortalecer a luta por uma PLR justa aos ecetistas.

De qualquer forma, mesmo sem participar desta reunião, o Diviza protocolou vários documentos e conversou com a direção nacional da ECT sobre o posicionamento do SINTECT/SP quanto a questão da PLR. A PLR que por tantos anos seguidos tem sido paga do jeito que a Empresa bem entende, e vem sendo “negociada” basicamente por esta mesma Comissão da FENTECT.

Agora que a PLR/2011 já está assinada, é preciso aprender e buscar outras formas para negociá-la, para que no ano que vem ela não seja ainda menor. Esse é mais um motivo para não partcipar do Congresso da Fentect e buscar outras formas para organizar a nossa categoria nacionalmente.   

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