Prefeito e vereadores governistas se aliam a Tarciso na privatização da Sabesp

Notícia publicada dia 18/04/2024 15:19

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Os partidos e vereadores apoiadores do prefeito na câmara municipal aprovaram em primeira votação, na quarta 17/4, a permissão de que a cidade de São Paulo assine contratos com a Sabesp em caso de privatização e que mantenha os contratos existentes.

Créditos: Lucas Bassi/Rede Câmara SP

O projeto mostra o alinhamento do prefeito Ricardo Nunes com o governador Tarcísio de Freitas, que tem pressa em vender a Sabesp e outras estatais, como a CPTM e o Metrô.

A Sabesp é lucrativa. Em 2022, registrou um lucro de 3,1 bilhões de reais, dos quais 25% foram distribuídos como dividendos aos acionistas, e o saldo foi aplicado em investimentos.

A população é contra a privatização. Uma pesquisa da Quaest, divulgada na segunda, 15/4, mostrou que 61% dos paulistanos são contra a privatização. No estado como um todo, 52% são contrários à venda da empresa.

O SINTECT-SP luta contra as privatizações e foi à câmara se unir aos trabalhadores da Sabesp, aos Sindicatos e movimentos populares que lá estavam para defender o patrimônio público e o direito da população ao serviço essencial de fornecimento de água potável e tratamento de esgotos.

Imposição empresarial do governo

A proposta foi aprovada por 36 vereadores dos partidos governistas. Os votos contrários, dos partidos de oposição à privatização, foram 18.

Além de aprovarem o PL, os apoiadores da prefeitura e do governo do estado aprovaram regime de urgência, ignorando as audiências já agendadas em diversos bairros da cidade, que ainda não ocorreram.

É uma aberração neoliberal aprovar um projeto que coloca em risco um direito da população sem as audiências públicas e sem ter passado por comissão essenciais, como a de finanças.

Isso mostra a pressa para agradar empresários que podem financiar campanhas eleitorais e a irresponsabilidade de políticos de direita que prejudicam a população em benefício próprio e das empresas privadas.

Se não avançar na capital, os planos do governo estadual tendem a desmoronar, uma vez que o município é responsável por 44,5% do faturamento da companhia.

A cidade de São Paulo tem débito de R$ 3 bilhões com a Sabesp. Se aprovado o projeto, quando a prefeitura pagar essa dívida, o dinheiro vai para o bolso do dono privado e o prejuízo fica para todos nós, uma vez que a Sabesp já prestou esse serviço e não recebeu.

Enel mostra que a privatização piora com os serviços públicos

O caso da Enel não deixa dúvidas. Voltada para o lucro e não para o interesse público, depois de privatizada a empresa pôs dinheiro no bolso dos acionistas, reduziu investimentos e funcionários e deixou grande parte dos paulistas no escuro.

Não tenha dúvidas, com a Sabesp será a mesma coisa.

O prefeito foi cobrado pelos problemas com energia elétrica na cidade. É Irônico que a resposta dele foi multar e ir à justiça para obrigar a Enel a prestar o serviço que tem obrigação, ao mesmo tempo em que leva a Sabesp para o mesmo caminho.

A luta continua! O SINTECT-SP continuará ao lado dos trabalhadores da Sabesp e estará em todos os momentos e eventos de resistência que ocorrerem e na segunda votação!

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