Privatizar é benéfico pra o país? Não!

Notícia publicada dia 03/05/2019 22:07

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Com dados e informações do Prof. Igor Venceslau, Mestre em geografia humana pela USP, autor de dois projetos de pesquisa em serviços postais e de tese de mestrado sobre os Correios.

Responsabilidade social: O Correio é estratégico para a segurança e a soberania nacional por ter como atividade fim a integração dos 5.570 municípios brasileiros e seus agentes sociais e cidadãos – Nenhuma empresa privada faz isso e não há outro meio de integração do país! Por isso em 80% do mundo os Correios são estatais. Nem os Estados Unidos privatizaram seu Correio.

O Correio é altamente lucrativo: Nos últimos anos lucrou a uma taxa anual de 6 a 9%. Isso permite o subsídio cruzado, que é o uso do lucro obtido nos 340 municípios grandes e desenvolvidos para atender os outros 5.246, que não dão lucro, sem depender de recursos do governo (nenhuma empresa privada aceita fazer isso).

Eficiência: Segundo a União Postal Internacional, o Correio brasileiro está acima da média mundial em eficiência, com 96 % de entregas no prazo – Isso num país de dimensões grandes, locais distantes e de difícil acesso, população grande e dispersa e quatro fusos horários distintos, em que os carteiros percorrem cerca de 671 mil km por dia. Não é à toa que é uma das instituições mais bem avaliadas no país.

Monopólio: Só existe no serviço de mensagens. Em 2009 as multinacionais FEDEX, DHL e UPS entraram com pedido no STF de quebra do monopólio postal no país. Querem tudo para eles e fazem lobby para tirar o Correio do caminho ou comprá-lo.

Entrega de encomendas não tem monopólio: Empresas privadas estrangeiras e nacionais já atuam nesse setor, mas para entregar em local distante, cidade pequena e periferias pobres, usam os serviços os Correios. Só querem atuar na região sudeste e grandes metrópoles, que dão lucro.

Universalidade dos serviços: Esse conceito é definido pela ONU e está na Constituição Federal. O Correio é obrigado garantir, atendendo a todos com igualdade. Isso desapareceria com a privatização.

Políticas Públicas: O Correio é braço logístico do estado. Exemplos: garante a entrega de livros didáticos em todos os municípios brasileiros; sua estrutura viabiliza as eleições que ocorrem a cada 2 anos no Brasil, com o transporte das urnas; entrega e distribui vacinas em todo o território; distribui donativos em casos de catástrofes; emite CPF e funciona como banco; entre outros.

No vídeo abaixo, o prof. Igor Venceslau, Mestre em Geografia Humana pela USP, autor de dois projetos de pesquisa em serviços postais e de tese de mestrado sobre os Correios fala sobre a importância da empresa na integração nacional. Confira:

O serviço postal é um direito da população: Não pode ser visto só como mercadoria nem ser serviço privado.

A Crise dos Correios é política:

1) A crise internacional afetou largos setores da economia e gerou o desemprego recorde atual, que atinge 13% da população economicamente ativa. Isso também afetou o Correio.
2) Os 3 anos com prejuízo vieram disso, e porque o próprio governo rapou o caixa da empresa, levando R$ 6 bilhões a mais do que o que teria direito. Isso afetou a capacidade de investimento da empresa.
3) Houve por anos seguidos má gestão de recursos, de pessoal, programas de reestruturação equivocados e danosos, demissões em massa, e sucateamento.
4) O lucro voltou em 2017 e 2018, com perspectiva de atingir recorde em 2019 com o aumento das entregas de produtos vendidos pela internet.

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