SINTECT-SP orienta pelo não reenquadramento dos OTTs

Notícia publicada dia 22/08/2018 18:36

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A mudança do cargo para carteiro, inventada pela direção da ECT para acomodar os OTTs após a extinção do cargo, não solucionará o problema de falta de efetivo nas unidades de trabalho em todo o país, amplia a terceirização e a privatização, enfraquece a luta da categoria e ainda sacaneia os trabalhadores ao criar uma nova modalidade de carteiro, sem direito ao Adicional de 30% conquistado há 10 anos através de muita luta da categoria!

O governo Temer e a ECT, numa tentativa desesperada de acelerar o desmonte dos Correios, vêm desde o início do ano atacando diretamente os trabalhadores ecetistas.

Com os OTTs a maldade foi excepcional. Simplesmente extinguiram o cargo com o objetivo assumido de terceirizar o serviço de triagem e transbordo, num passo largo e criminoso a caminho da privatização da ECT.

A sacanagem aumentou com o reenquadramento inventado para resolver a situação dos trabalhadores que estão no cargo de OTT. O 1ª hora de 07/08 deu prazo até 24 de agosto para os interessados fazerem o pedido da mudança de OTT para Carteiro. Mas a ECT criou uma nova modalidade de carteiro pedestre para encaixar os ex-OTTs, sem o direito ao recebimento dos 30% de adicional, que foi substituído por um valor fixo. Ou seja, vão exercer as mesmas atividades de Carteiro, vão até ser enquadrados como Carteiro, mas vão receber menos.

Diante da falta de clareza e das circunstâncias em que os Correios e o Governo Temer informaram, de forma unilateral, o reenquadramento no cargo de OTTs, o Sindicato orienta os trabalhadores a não aderir ao processo de migração de cargo, devido aos seguintes pontos:

•Não receberá o adicional de 30%, e sim o AADC (fixo);

•Terá de optar pela mudança de cargo e alteração contratual no seu PCCS, seja ele de 1995 ou 2008;

•Aprofundará o processo de desmonte e privatização dos Correios através da terceirização do cargo de OTT no âmbito da ECT.

“O reenquadramento do cargo de OTT para Carteiro deve ser combatido e não devemos aceitar, a ECT está sendo obscura e mal intencionada, pois, além de terceirizar a atividade, impõe uma privatização por dentro, e ainda não dá garantias do recebimento do respectivo adicional de 30%, fazendo com que o trabalhador renuncie o seu direito. É preciso fortalecer os Correios, realizando um concurso público para repor as mais de 20 mil vagas em aberto dentro da empresa. Dessa forma o Sindicato orienta aos OTTs e demais trabalhadores que não aceitem a migração de cargo até que o departamento jurídico do SINTECT/SP e da FINDECT analisem a legalidade desse reenquadramento, que até o momento mostra que sua proposta é de tentar usurpar o direito dos trabalhadores e trabalhadoras”, destacou o Presidente do Sindicato, Elias Diviza.

Reposição do quadro de trabalhadores ecetistas é necessidade urgente!

O quadro funcional dos Correios, que esteve em 120 mil, caiu para cerca de de 100 mil empregados. O resultado disso nas unidades de trabalho, principalmente nas regiões periféricas, é um completo caos.

Com projetos que cada vez mais precarizam as condições de trabalho dentro da ECT, e com poucos empregados para atender a demanda cada dia maior de encomendas e cartas em todo país, o que observamos são muitos trabalhadores sobrecarregados e adoecidos.

“Nesse sentido, não faz sentido a migração de cargo do OTT, pois não solucionará a questão da falta de funcionários e enfraquecerá a luta dos trabalhadores com a ampliação da terceirização nos Correios”, afirmou o diretor Manoel Feitosa.

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