Vai ter luta: presidente dos Correios já fala que não tem dinheiro para reajustar os salários

Notícia publicada dia 20/06/2016 17:09

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Friamente, pelos números, o recomendável seria até reajuste zero”. Essa afirmação é do presidente dos Correios indicado pelo governo interino de Michel Temer, Guilherme Campos, ao jornal Valor.

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Campos chamou a FINDECT, a outra federação fentect e os Sindicatos para dizer que “o rombo acumulado pela empresa nos quatro primeiros meses do ano já chega a R$ 700 milhões e o dinheiro para pagar a folha salarial dura apenas até setembro”. Já está anunciando como serão as negociações da Campanha Salarial, que devem começar no mês que vem, pois a data-base é 1º de agosto.

Disse ainda que pensa em 3 possibilidades para remediar a situação atual: uma capitalização do Tesouro Nacional, a contratação de empréstimos bancários e a venda de ativos, como o edifício sede dos Correios em Brasília.

Quanto à abertura de capital ou a eventual privatização da empresa, ele disse que depende da decisão do presidente Michel Temer. Se Temer mandar, Campos toca em frente. Como o presidente interino já disse que vai “privatizar tudo que for possível”, já dá para imaginar o que virá.

Sem aumento, vai ter luta!

O que dizer ao presidente dos Correios? Que entendemos a situação e aceitaremos cortes nos nossos salários e diretos para ajudar a recuperar a empresa? Embora seja isso que ele quer ouvir, diremos outras coisas.

Primeiramente, as diretorias do SINTECT-SP e da FINDECT deixarão claro que nós, trabalhadores, não temos nenhuma responsabilidade sobre o suposto problema financeiro da empresa. Se ele realmente existe, não fomos nós que causamos. Pelo contrário, temos dado uma cota extra de esforço há tempos, pois há anos que não há concurso, que o quadro de funcionários está incompleto e que cada um de nós trabalha por dois ou três.

Além disso, nosso salário continua sendo o mais baixo entre as estatais, nosso convênio médico esta cada vez mais caro e pior, e estamos pagando a mais por um rombo no Postalis que não fomos nós que fizemos. Para completar, estamos adoecendo física e psicologicamente devido ao excesso de serviço e ao crescente número de assaltos, que a empresa nada faz para resolver.

Enquanto isso…… As sucessivas diretorias dos Correios têm feito gestões catastróficas. Isso, mais o aparelhamento político e a falta de investimentos, são os maiores problemas. Junto com eles está a sangria dos recursos da empresa. O montante gasto com troca de logotipo e patrocínios, entre eles às Olimpíadas, é milionário. E o próprio Guilherme Campos afirmou na reunião que, de 2011 a 2015, a ECT repassou em dividendos ao Tesouro pelo menos R$ 8 bilhões acima do mínimo legal. A equipe econômica também se apropriou do pagamento de R$ 2,3 bilhões feito aos Correios pelo Banco do Brasil, pela parceria em torno do Banco Postal.

Ainda segundo Campos, os Correios encaminharam ao Ministério da Fazenda um pedido de aumento de 10% nas tarifas postais. Só agora? Há quanto tempo o SINTECT-SP e a FINDECT estão dizendo que é preciso reajustar as tarifas? Por que não nos ouviram?

O Presidente do Sindicato fez uma dura crítica a administração do Macro Região da SPM, e também deixou claro que o Sindicato e os trabalhadores são contra a essa Reestruturação que a ECT quer implantar, onde ataca diretamente os direitos e pioram ainda mais as condições de trabalho, não aceitaremos retrocesso e retirada de direitos, destacou Diviza.

“Sr. Presidente, que fique claro que nós trabalhadores não aceitaremos retrocessos, nenhum direito a menos nem reajuste que não recomponha as perdas geradas pela inflação e garanta aumenta real para repor o poder aquisitivo perdido e melhorar um pouquinho os baixos salários pagos pela ECT!”

VAI TER LUTA!!!
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