Novembro Negro: racismo não se discute, se combate!
Notícia publicada dia 11/11/2025 17:29
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No Brasil, mais de três séculos de sistema escravista deixaram marcas profundas e persistentes de racismo na sociedade. Essas marcas se refletem na desigualdade socioeconômica, no preconceito, na violência e na discriminação que atingem fortemente a população negra e exigem denúncia e combate permanentes!

A ação policial promovida pelo governador do Rio de Janeiro, uma das mais letais da história do país, representa uma política da morte, uma necropolítica que leva extermínio ao povo pobre com interesse puramente eleitoreiro. Essa violência escancara a face mais cruel do racismo estrutural, que atinge principalmente o povo preto.
Por uma herança maldita de 390 anos de escravidão, a maioria das pessoas que vivem nas periferias e favelas é negra e é sobre elas que recaem ações policiais desse tipo, que apenas criminalizam um grupo social, enquanto os barões do tráfico e do crime organizado permanecem impunes em suas mansões e gabinetes.
A abolição, em maio de 1888, não foi acompanhada de políticas de inclusão social para a população negra. A exclusão econômica e social que se seguiu alimentou o preconceito e a discriminação que ainda hoje se mantêm em diversas esferas, como no mercado de trabalho, na segurança pública e no acesso e permanência na educação.
A superação desses resquícios da desumanidade que marcou a maior parte da história do país exige mudanças profundas nas mentalidades e nas estruturas sociais. Para que isso ocorra, é necessário que a sociedade brasileira reconheça todas as formas e expressões do racismo e se engaje na luta antirracista, em defesa da democracia e da justiça social.
Viva Zumbi dos Palmares!
Os verdadeiros heróis do povo brasileiro sempre foram colocados à margem pelos governantes representantes das elites econômicas. Em seu lugar, exaltaram-se as figuras dos dominadores e exploradores bandeirantes, reis, príncipes, duques e generais.
Para celebrar os heróis da resistência popular, foi preciso ainda mais luta. O resgate histórico de Zumbi dos Palmares representa um dos capítulos mais importantes dessa trajetória, pois remete ao que houve de mais violento, degradante e desumano em nosso país: a escravização de seres humanos.
Hoje, no Brasil, 20 de novembro é o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Mas foi somente em 21 de dezembro de 2023 que a data se tornou feriado nacional, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.759/2023, que incluiu oficialmente no calendário nacional o Dia da Consciência Negra e o Dia de Zumbi dos Palmares.
Palmares foi o maior quilombo brasileiro, chegando a abrigar cerca de 20 mil habitantes mais do que a maioria das cidades brasileiras daquela época, quando o país tinha aproximadamente 300 mil habitantes (excluídos os povos indígenas). Capturado e preso, Zumbi foi degolado pelas tropas bandeirantes em 20 de novembro de 1695.
Zumbi simboliza a resistência contra a opressão, a exploração e a desigualdade. É o símbolo de uma luta que continua viva contra a herança maldita deixada pelo colonizador, pelo explorador e por todos os que lucraram com o sofrimento de um povo inteiro.
A luta continua. É preciso estarmos todos juntos!

