Flexibilização precoce do isolamento pode aumentar contaminação e mortes

Notícia publicada dia 11/06/2020 11:55

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O número de casos continua subindo e a rede pública de saúde está próxima do colapso em todo o país, por isso todo cuidado para não se contaminar continua sendo uma exigência e o distanciamento social é a principal medida, o que torna a flexibilização precoce da quarentena um equívoco que pode agravar a pandemia e trazer graves consequências para a população trabalhadora.

Os empresários não usam transporte lotado para ir ao trabalho. Não ficam em aglomerados com inúmeras outras pessoas em seus locais de trabalho. Não atendem o público e não têm de andar pelas ruas. Se adoecerem, tem os melhores hospitais à disposição.

Mas foi a eles que os governos cederam ao adotar a flexibilização do isolamento social no momento em que deveriam reforça-lo. Do conforto de suas casas ricas, gabinetes e escritórios espaçosos, decidem pelo aumento do adoecimento e das mortes em nome da saúde dos negócios e da preservação da riqueza de poucos

Recordes diários

No Brasil todo, o número de casos de contaminados por coronavírus e de mortos por Covid-19 continua batendo recordes diários, mesmo com o governo escondendo os números reais, que já são fora da realidade porque não há testagem em massa da população.

No estado de SP, os recordes são diários. No dia 10 de junho foram registradas 340 mortes em 24 horas e o total de óbitos já está em 9.862. O número de infectados chegou a 156.316 no estado e algumas regiões do interior tiveram de retroceder para a fase vermelha da quarentena após aumento das aglomerações e piora nos índices. Enquanto isso cidades da Grande São Paulo ampliam a flexibilização das medidas.

A Covid-19 continua sendo uma grande ameaça a todos os brasileiros, a curva de contágio ainda está em franco crescimento e o Brasil está em segundo lugar no hall dos países com mais óbitos causados pela doença no mundo.

São os trabalhadores que estão morrendo

A baixa adesão ao isolamento por parte da população é uma realidade influenciada por medidas equivocadas do governo federal no controle da transmissão da doença – tendo o presidente Bolsonaro como exemplo no desrespeito e combate ao isolamento.

A hora é de ampliar o controle para poder voltar à normalidade o mais rápido possível, e não flexibilizar precocemente pensando apenas na economia, pois a piora nas estatísticas trará graves as consequências.

Mas os governos e empresários não estão preocupados com isso, pois os contaminados e mortos são, cada vez mais, os trabalhadores que enfrentam as conduções lotadas e aglomerações todos os dias no trabalho, nas ruas das periferias e favelas em que habitam e em sus próprias casas.

Por isso os governos federal, estaduais e municipais cedem a quem de fato representam e jogam a população à própria sorte, desarmada e sem apoio numa guerra de morte contra um inimigo invisível. Quem deveria garantir proteção, abandona o povo!

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