#SaiuNaMídia: Greve dos Correios deve afetar 700 trabalhadores, estima sindicato

Notícia publicada dia 04/08/2020 14:41

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Funcionários dos Correios do Alto Tietê querem realizar uma greve, por conta de uma liminar cedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à estatal, que permite a alteração no dissídio dos profissionais da empresa. Cerca de 700 trabalhadores das 10 cidades da região seriam afetados. Entre 10 mil e 15 mil correspondências registradas, encomendas e Sedex, além de 200 mil cartas simples deixariam de ser entregues.

Greve deve paralisar atendimento em Suzano Foto: Jackeline Lima/Divulgação

A greve está prevista para acontecer no dia 17 de agosto, caso os Correios não voltem atrás na decisão. O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos (Sintect) questiona a imposição de apenas nove das 79 cláusulas do acordo coletivo e a redução do prazo do acordo – anteriormente, válido para 2021 e que, agora, venceu em 31 de julho.
O julgamento da liminar ocorrerá no próximo dia 14. Segundo o diretor de base do Sintect no Alto Tietê, Milton de Jesus Miguel, uma assembleia será realizada no dia 17 e, caso seja deflagrada, a greve iniciará às 22 horas do mesmo dia.
“Estamos contando que o STF reveja sua posição. Esperamos que no dia 14, quando começar a votação dessa liminar, que eles voltem atrás e a derrubem, a favor dos trabalhadores. Caso não aconteça, vamos pedir para que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) entre nesta briga com a gente, para que possamos fazer com que a empresa reveja essa situação. Queremos que fique uma negociação boa para a empresa e funcionários. A imposição das nove cláusulas é boa só para ela”, afirma o diretor.
Segundo Miguel, entre os benefícios perdidos pelos trabalhadores estão o adicional de risco, tickets de refeição e alimentação, ajuda de custo para profissionais que têm filhos com deficiência, entre outros.
A empresa quer impor apenas nove cláusulas, se baseando apenas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Perdemos todas as nossas conquistas de mais de 30 anos”, lamentou o diretor.
Em nota, os Correios informaram que a proposta da empresa é para “fortalecer suas finanças com a adequação dos benefícios dos empregados à realidade do País e da estatal”. Segundo a empresa, a ideia não é de suprimir direitos dos empregados, mas sim, ajustar os benefícios de acordo com o que está previsto na CLT e outras legislações.
Tendo em vista a realidade financeira da empresa, com um cenário de dificuldades que tem se agravado a cada ano, os Correios precisam se adequar não só ao que o mercado está praticando, mas, também, ao que está previsto na legislação”, informou a estatal.
A empresa também disse que houve um “compartilhamento de informações inverídicas”, e que a federação que sinalizou uma paralisação, o fez com o intuito de “provocar confusão”.
DS entrou em contato com o gabinete do ministro Dias Toffoli, que, segundo o Sintect, foi quem concedeu a liminar aos Correios.
Mas até o fechamento da reportagem, não obteve resposta.
Por: Daniel Marques – Diário de Suzano
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