Trabalhadores do CEE Santo Amaro protestam por melhores condições de trabalho

Notícia publicada dia 06/02/2013 12:02

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Uma justa paralisação! Pode parecer contraditório, paradoxal, mas assim aconteceu: os trabalhadores pararam de trabalhar em protesto reivindicando condições dignas para trabalhar. Sim, uma justa paralisação, quando se tem péssimas condições para se trabalhar dignamente. Ao que consta, esta atual administração dos Correios é, sem dúvida alguma, uma das piores que já tivemos. Vejamos alguns problemas levantados pelos trabalhadores do CEE Santo Amaro:

1° Falta de funcionários.  Além de o último concurso público não ter suprido a carência que havia na época, a unidade está com o efetivo menor ainda, sobretudo devido aos afastamentos médicos;

2° Falta de escoltas armadas. Diariamente os trabalhadores são vítimas da violência física e psicológica. Reflexo disso: há um número alto de trabalhadores afastados devido a estes acidentes de trabalho, que poderiam ser evitados. As escoltas deveriam acompanhá-los em todos os bairros com maior índice de roubo a carteiros (áreas de risco);

3° Edificação do prédio inadequada.  O CEE Santo Amaro fica no subsolo, onde há uma insuficiência de ventilação no prédio, calor excessivo, falta de ventiladores. O local na verdade foi projetado para ser um almoxarifado, mas os trabalhadores foram jogados ali “provisoriamente” há mais de 5 anos. Reflexo disso: trabalhadores hoje têm problemas respiratórios, exaustão, cãibras, pressão, etc.;

4° Falta de segurança. Hidrantes e extintores estão obstruídos, pois o número de encomenda aumentou e o espaço para trabalhar diminuiu. Chegou-se ao ponto de terem que executar determinadas atividades internas dividindo o espaço com empilhadeiras, hidráulicos, em meio ao transito intenso de veículos e caminhões do Complexo Santo Amaro;

Um fato que foi determinante para a paralisação foi que há 8 meses atrás estes trabalhadores estavam nas mesmas condições e a ECT prometeu resolver os problemas mais graves. Além de não resolver, ninguém se manifestou sobre o que se estava fazendo para solucionar as demandas.

Durante o ato de protesto vários setores da empresa baixaram na unidade. Por convite da ECT, os trabalhadores aceitaram fazer uma reunião no Complexo Santo Amaro. Tal reunião contou com a participação de dirigentes do SINTECT-SP , bem como da ASGET, CTE, GERAE, dentre outros comprometidos a abraçar a causa do CEE Santo Amaro.

Nesta reunião foi deliberado que:

. Quanto ao efetivo, houve a conquista de mais 13 novos funcionários;

. Quanto aos veículos, a unidade recebeu 12 veículos operacionais, sendo 6 permanentes e 6 temporários;

. Quanto à ventilação, haverá a aquisição de novos ventiladores até o final de fevereiro;

. Quanto às escoltas armadas, a unidade passou a ter 7 escoltas;

. Quanto ao imóvel, foi esclarecido que a locação do novo imóvel não prosseguiu pois o proprietário não apresentou documentos obrigatórios. Ficou definido que DR/SPM dará prioridade para o CEE Santo Amaro, sendo divulgado mensalmente as ações em andamento;

Ainda em relação ao espaço físico da unidade, houve um remanejamento de aproximadamente 30 funcionários para o pavimento térreo do CTC Santo Amaro, para que haja um espaço maior no CEE para o desempenho das atividades, bem como atender às normas de segurança.

Veja abaixo a Ata oficial da reunião no CEE Santo Amaro:

Os trabalhadores e o SINTECT-SP avaliam de forma positiva a paralisação. Somente com a mobilização de todos os trabalhadores foi possível obter alguns avanços. Ainda assim, ainda há muito o que ser avançado e conquistado. Nesse sentido, todos estão em alerta! E vale a pena também ser ressaltado que nenhum trabalhador foi punido, tampouco houve desconto de dia, hora, etc. Cumprimos as formalidades: mandamos ofício cobrando a solução, alertamos da possível paralisação, demos prazo, e após a paralisação, foi feito a reunião no setor de trabalho.

Veja abaixo a carta aberta à população sobre a paralisação do CDD Santo Amaro:  

 

No dia da paralisação, uma equipe de  reportagem da BAND esteve presente na frente do CEE, e publicou também um artigo sobre o Atraso na entrega de encomendas e Assaltos CEE Santo Amaro, que pode ser visto abaixo:

Três semanas após o Natal, centenas de crianças que vivem na periferia de São Paulo ainda não receberam os presentes doados por voluntários aos Correios. A empresa não entregou as encomendas porque os carteiros estão com medo da violência e da criminalidade em algumas regiões da cidade.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, um funcionário dos Correios afirmou que os assaltos contra os carteiros aumentaram de dezembro pra cá. Segundo o funcionário, os presentes estão dentro do estacionamento de uma das unidades em Santo Amaro.

Um dos bairros onde a entrega de encomendas está atrasada é no Grajaú, extremo sul da capital. Além das doações, outros presentes ainda estão parados na unidade.

Em nota, os Correios informaram que dos 4,5 mil presentes da campanha Papai Noel 2012 na zona sul, mil ainda não foram entregues. Segundo o texto, a distribuição das encomendas é realizada com escolta, o que aumenta o prazo de entrega em áreas consideradas perigosas. Sobre os demais produtos, a empresa ainda não pode definir uma data para realizar o serviço.

Fonte: Rádio Bandeirantes

Veja abaixo o álbum de fotos completo da paralisação no CDD Santo Amaro:

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– SINTECT/SP –

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